ALFONSO D´AQUINO
Nació en la Ciudad de México el 20 de noviembre de 1959. Poeta, ensayista y traductor. Se ha desempeñado como profesor y editor.
Becario del INBA/FONAPAS, en el área de poesía, 1980-1981.
Miembro del SNCA en los periodos 1997-2000 y 2000-2003. En 1981 obtuvo el premio Carlos Pellicer para obra publicada por el libro Prosfisia. Ha colaborado en las revistas y suplementos: Casa del Tiempo, La letra y la imagen, Letras Libres, Mandorla, Revista de la Universidad de México, Sábado y Vuelta, entre otras. Es autor del libro inédito La figura oculta, sobre la obra de Juan García Ponce; y de La escritura desnuda, reunión de ensayos sobre poetas contemporáneos. Ha traducido poemas de Kenneth Rexroth, Denisse Levertov y Forrest Gander, entre otros.
Biografia: http://www.elem.mx
POESIA SEMPRE - ANO 9 – NÚMERO 15 – NOVEMBRO 2001. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2001. 243 p. ilus. col. Editor Geral: Marco Lucchesi. Ex.bibl. Antonio Miranda
Tanagra
1
Pássaro pássaro pássaro!
Sem nome poeta
Pássaro de letras
Sílabas de pássaro
2
"Piranga rubra tanagra"
Palavras tão ruivas
Tão vermelhas tão negras!
3
As tanagras
São levadas pelo vento...
4
Como a Piranga muda de cores
Do amarelo ao verde
Ao vermelho inconcebível ao olho
Quando o pássaro se incendeia
Na incipiente primavera e tudo
Como se nada
Qual breve víbora verde
Desplumada
Como se não...
5
Maranha de estrelas verdes
As cabeças da iúca
Ocultam no ponto mais escuro
Pássaros de rubra nuca
Maranha da manhã
O pássaro com três pulos
Corta em duas a teia de aranha
Bica o pássaro a estrela
E brilho e gume lhe tira
Ao limar o bico duplo S
eu doce cocô despeja
Um pássaro a cara pinta Sua cara larga de verde Escuro de verde iúca Sua rubra cara de tinta
6
A pálpebra negra
do pássaro rubro ao se abrir completa
o fim da tarde as árvores negras
as folhas inquietas
o ar murcho
um silêncio escuro o céu ressequido
a primeira estrela um grito ao longe
um galho quebrado um rubro esplendor
o ar vazio
Trad. Leonardo Fróes
Página publicada em fevereiro de 2019
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